As plantas apresentam um papel central na maioria dos ecossistemas e por isso desenvolveram naturalmente ao longo dos anos uma gama de interações mediadas quimicamente com a comunidade heterotrófica ao seu redor. Nos últimos anos a produção agrícola que depende de uma variedade de defensivos químicos utilizados para o controle de ervas-daninhas, insetos e doenças causadas por microrganismos tem alterado drasticamente essas interações, mesmo antes que possamos entendê-las. Nesse contexto, abordagens mais ecológicas no manejo agrícola e no controle de pragas vem se destacando; como o uso da alelopatia. A alelopatia é um fenômeno em que biomoléculas produzidas por um organismo (e.g. plantas, algas, bactérias e fungos) influenciam o crescimento, desenvolvimento, e reprodução de outros organismos. Essas biomoléculas são denominadas aleloquímicos e podem ser benéficos (alelopatia positiva) ou deletérios (alelopatia negativa), e em geral são metabólitos secundários que não são necessários ao metabolismos basal dos organismos alelopático. Ao longo dos anos o catálogo de moléculas e extratos com propriedades bioativas continuou a crescer, contudo, ainda existe uma grande dificuldade em compreender o papel individual e a origem evolucionaria de muitas dessas moléculas nos diversos fenômenos estudados em ecologia. Estes estudos sobre as forças evolutivas que dão formas as interações ecológicas mediadas quimicamente requerem uma abordagem multidisciplinar e são o foco dos projetos desenvolvidos nessa linha de pesquisa do grupo.